GABRIELA ROCHA MARTINS
( Portugal )
Gabriela Rocha Martins (Faro, Portugal, 1948) é uma jornalista, escritora, bibliotecária e poetisa portuguesa.
Formou-se na área do Direito na Universidade Clássica de Lisboa e em Ciências da Documentação, nas áreas de Bibliotecas e Centros de Documentação. É membro da Sociedade de Língua Portuguesa; Sócia da Associação de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas; Sócia fundadora (como Escritora) da Associação de Jornalistas e Escritores do Algarve (AJEA); Representante no Algarve da Fundação Natália Correia; Correspondente redactorial do Jornal “Letras e Letras”; Colaboradora do jornal “Terra Ruiva”; Presidenta da direcção do Prémio Litterarius, Racal Clube.
Obras publicadas - Entre as obras publicadas estão:
Ensaio (várias obras); “João de Deus, Trajectos: Do Grés à Arte da Escrita” (coordenação); Comunicações em Congressos, Conferências e Encontros, nacionais e internacionais;
Artigos em Revistas; Crónicas em Jornais;
Poesia (premiada em vários Concursos nacionais).
Obras:
“Inquietação”, poesia e conto. Editorial Minerva, 2006; “Poiesis”, Vol. XIV, poesia. Editorial Minerva, 2006; “Poiesis”, Vol. XV, poesia. Editorial Minerva, 2007; “Delete.me.”, poesia, ed. Folheto, Edições & Design, 2008; “I Antologia dos Poetas Lusófonos”, poesia, Ed. Folheto, edições & Design, 2008; Representada nas Antologias “A Poesia Serve-se Fria!” e “Nas Margens da Poesia” no âmbito das II e III Bienais de Poesia de Silves, 2005 e 2008; Representada no poema “O Estado do Mundo”, criado no ciberespaço.Revista Litterarius, Racal Clube, 2007; Revista Oficina da Escrita, nº 12, 2009.
Biografia : https://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriela_Rocha_Martins
SULSCRITO 3 junho 2010. SULSCRITO antologia da indiferença [Tavira, Portugal: 4águas editora] 87 p.
ISSN 1646-7744 [Tavira, Portugal: 4águas editora] .
Ex. bibl. Antonio Miranda
— nota prévia
deixaste sobre a minha secretária uma nota
não assinada —
des necessária
— não responderei à chuva
... sim!
há uma chuva irritante que cai dentro das palavras
fá.las escrever e a folha
inicial
mente
colorida com caracteres uniformes
re toma a virgindade inicial
a fim de se desnudar ao vagamundos
aos dissidentes
às prostitutas e
aos marginais in tolerados
(sabes que os prefiro aos seres perfeitos
re vestidos de tristes memórias e palavras idênticas)
transgressores do ritos escrevem
com os corpos textos proibidos
e sangram cidades
bairros e subúrbios
há uma sintonia perfeita entre eles e
os ponteiros do relógio
são demiurgos
— trinta dinheiros
faz parte de um todo
que não escreve em vão
talvez seja a única certeza que tenho
sou o verso de um poema convocado
pela tentação dos deuses
a um encontro final
a outra parte submerge
alguns no universo das folhas caducas
onde cada um de nós é a pata de uma aranha secular
fazendo da palavra a teia
onde se inserem as constelações/poemas
as páginas/sonhos
as armas/revoluções
os cães democratas e
o riso aberto das noites
capazes de passar incólumes
à memória absurda dos especialistas
de portas escancaradas à compras
trinta dinheiros — é comprar!
vomito
somos
— os alquimistas que se ousam
em pontos finais e vírgulas
em lombadas de livros
em palavras e páginas azuis e
cujas gargalhadas não constam de acordos
— crianças velhas que
exigem palavras novas ou
loucos insurrectos prenhes de poemas virgens
*
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Página publicada em abril de 2023
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